Saudações Biosseguras...

... A Liga do Dentista Limpo deseja a todos da Turma do Bem e, especialmente, aos nossos seguidores, um Feliz Natal e a implementação do projeto de Biossegurança na sua abrangência em 2011.

Sendo assim aí vai o nosso último post de 2010...

Biossegurança pode ser entendida, literalmente, como vida com mais segurança ou, em sentido mais amplo, “vida livre de perigos” (Ferreira, 1999).

Este conceito amplo e irrestrito levado ao desempenho das atividades profissionais encontra respaldo na definição de Biossegurança para os profissionais de saúde como um conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde em atividades que oferecem riscos de adquirir doenças profissionais.
Outra definição entende por medidas de Biossegurança, ações que contribuem para a segurança das pessoas e do ambiente e englobam todas as medidas que visam a evitar riscos físicos (radiação, temperatura, ruídos) ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e estresse.

É importante criar estratégias para redução da exposição aos diferentes tipos de riscos, pois o trabalho odontológico exige do profissional uma interação direta e freqüente com pessoas, materiais e equipamentos e as medidas de Biossegurança zelam pela saúde do paciente, da equipe clínica: dentista e equipe auxiliar.

O processo para quebra de paradigmas é diário e só consegue bons resultados pela educação continuada que visa orientar, motivar, conscientizar e informar permanentemente a todos os envolvidos sobre os riscos e procedimentos inerentes a profissão.

A incorporação das normas de Biossegurança significa coerência e responsabilidade com os preceitos de SAÚDE, sendo assim a implementação dessas medidas preventivas e o cumprimento do protocolo elaborado para a Liga do Dentista Limpo é essencial ao bom desempenho profissional.


Reforçar e convidá-los a refletir sobre Biossegurança na Odontologia é o nosso trabalho hercúleo, pois acreditamos que só pela educação é que faremos isto acontecer. (Aly,Yassuda,2010)

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...Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.[Murphy]

A adoção do check list é importante para que a execução de tarefas e organização do trabalho se torne mais fácil, poupe tempo evite erros e falhas no processo.

Para que os preceitos da Biossegurança sejam atendidos esta lista deve ser acompanhada de perto, pois temos ações em tempos diferentes: tarefas diárias, semanais, mensais, e anuais umas obrigatórias e outras recomendadas.

A biossegurança é muito abrangente - englobando legislação, normas vigentes, cuidados com o paciente, anamnese, conhecimentos das doenças e manifestações bucais, EPIs, assim como tudo o que se refere à limpeza, desinfecção, esterilização, descarte de resíduos, doenças ocupacionais e acidentes no trabalho.

A prática diária nos consultórios odontológicos requer a observância destas normas e a adoção de precauções padrão no atendimento para todos os pacientes sem distinção de idade, raça, classe social.

Para isso a equipe odontológica deve realizar uma prática clínica segura, adotando todos os preceitos atuais para o controle das infecções implementando um protocolo e padronização em todos os procedimentos clínicos e no processamento dos instrumentais. Uma falha nesses processos e a não observância das medidas de precaução são as principais causas da disseminação de doenças, de iatrogenias de origem infecciosa, de acidentes ocupacionais e de perda de instrumentais.

Os profissionais devem estar atentos aos princípios básicos de higiene, e precaução padrão. São eles exame médico periódico, vacinas da HBV, dupla T, influenza, uso dos EPIs,higienização das mãos e ter olhar amplo para com o paciente iniciado-se pela ficha clinica atualizada contendo todas as informações possíveis para a anamnse.

É fundamental atenção e disciplina nas tarefas de rotina como, por exemplo, processamento dos materiais iniciando-se pelo processo de limpeza efetivo, passando pela secagem inspeção até a esterilização.

Seguir o check list que se encontra no Manual de Rotinas da Liga é um método interessante para a implementação e padronização do Controle de Infecção na prática diária.


“Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possíve”l. [Lei de Murphy]

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Nas intervenções em áreas infectadas deve-se tratar a infecção previamente... [Delboni,2005]

Para a maioria dos procedimentos odontológicos não é necessário a profilaxia antibiótica, contudo, em procedimentos odontológicos invasivos, o risco do desenvolvimento de uma infecção é bastante elevado. Por isso, é importante realizar a profilaxia antibiótica no pré-operatório ou até mesmo estender a antibioticoterapia para o pós-operatório.
Profilaxia antibiótica é a prevenção do desenvolvimento de uma infecção pela administração de agentes antimicrobianos. A utilização de antibióticos profiláticos para se "prevenir" endocardite bacteriana após tratamento odontológico é constantemente revisada e avaliada sendo que novos conceitos surgem a seu respeito. A profilaxia em pacientes de risco em desenvolver a endocardite bacteriana se faz necessária em alguns casos. Uma boa anamnese deve estar pari-passu com o profissional que deseja atender pacientes com o risco desta patologia.
As drogas escolhidas para a profilaxia antes do tratamento odontológico devem ser dirigidas aos microorganismos mais comumente encontrados na cavidade oral, sendo contra-indicada uma administração em períodos prolongados, antes de cirurgias, evitando o aparecimento de resistência ao microorganismo.
Deve-se ter em mente que é responsabilidade do Cirurgião Dentista o conhecimento das recomendações e limitação do guia AHA (American Heart Association), e este deve estar sempre atualizado em relação às mudanças periódicas no protocolo que são desenvolvidas a partir do avanço do processo de aprendizado sobre as causas e a fisiopatologia da endocardite bacteriana.

No caso de pacientes imunodeprimidos ou com supressão de adrenal pelo uso continuado de corticoterapia deve-se levar em consideração o estado geral de saúde do paciente.

Dentre os procedimentos odontológicos nos quais se recomenda a profilaxia antimicrobiana citam-se: exodontias, procedimentos periodontais como cirurgia, raspagem, polimento e alisamento radicular, colocação de implantes e reimplantes dentais, instrumentação endodôntica ou cirurgia parendodôntica,colocação de fibras, tiras, matriz, bandas ortodônticas e preparo para próteses subgengivais, anestesia intraligamentar e profilaxia em dentes ou implantes com sangramento espontâneo.

Procedimentos como restaurações com ou sem fio retrator, anestesias (exceto intraligamentar), obturação endodôntica, colocação de pinos intra-canais, colocação de dique de borracha, remoção de sutura, instalação e remoção de próteses, moldagens, registros intermaxilares, fluorterapia, tomadas radiográficas e ajustes ortodônticos não requerem a terapêutica antimicrobiana.

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Antibioticoterapia

“... o controle sobre os medicamentos é contribuir para a redução da resistência bacteriana” ANVISA -28/11/2010


A profilaxia com antibiótico é recomendada para prevenção de infecções nos pacientes
de alto e médio risco para desenvolver endocardites bacterianas e naqueles
que foram submetidos à artroplastia com colocação de prótese total.

A endocardite infecciosa é uma doença cardíaca grave, que apresenta risco de vida
e seu desenvolvimento pode estar relacionado com bacteremias decorrentes de procedimentos
odontológicos em determinados pacientes com condições cardíacas diversas.


O CD deverá avaliar seus pacientes quanto suas condições clínicas atuais e pregressas.
e observar que pacientes imunossuprimidos submetidos a procedimentos cruentos odontológicos
são sabidamente de risco para infecção de sítio cirúrgico odontológico e que, portanto, necessitam de
profilaxia antibiótica.

Um dos princípios mais importante no uso de antibiótico profilático diz respeito ao momento ideal
da administração. Para que o antibiótico eleito atue na eliminação de bactérias circulantes
na corrente sanguínea, decorrente de manipulação da cavidade oral, ele deve ser administrado
pelo menos uma hora, por via oral.Apenas nos casos de emergência, a administração pode ser realizada em tempo inferior a esses.(American Heart Association)

Outro princípio a ser considerado diante da indicação de antibiótico profilaxia diz respeito ao custo-benefício, incluindo os potenciais efeitos adversos.
Sempre que for prescrito um antibiótico profilático o profissional deve estar ciente que o desenvolvimento de resistência bacteriana poderá ocorrer, e sendo assim, terapêuticas ou profilaxias de procedimentos subseqüentes ao antimicrobiano já usado poderão não apresentar a eficácia desejada

Para procedimentos de baixo risco não há necessariamente indicação de profilaxia antibiótica.

Entretanto, a análise clínica pode indicar o uso de antibiótico em circunstâncias que apresentam risco de sangramento significante. Alguns procedimentos devem ser analisados caso a caso.

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Resíduos parte II

O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

Dentre os componentes perigosos presentes nos resíduos sólidos urbanos destacam-se os metais pesados e os biológicos e infectantes

Resíduos biológicos

Os resíduos de serviços de saúde são parte importante do total de resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do total), mas pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio ambiente.
São resíduos com possível presença de agentes biológicos, que por suas características podem apresentar risco de infecção.

Resíduos Liquidos

Os resíduos no estado líquido devem ser submetidos a tratamento específico, o acondicionamento deve ser feito em recipientes individualizados, observadas as exigências de compatibilidade química do resíduo com os materiais das embalagens, de forma a evitar reação química entre os componentes, enfraquecendo-a
Ou deteriorando-a, ou a possibilidade de que o material da embalagem seja permeável aos componentes do resíduo.

Os reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de neutralização para alcançarem
ph entre 7 e 9, sendo posteriormente lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam
às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.
Os fixadores usados em radiologia podem ser submetidos a processo de recuperação da prata ou então ao constante do item 11.16 da RDC 306/04

Resíduos Perfurocortantes

São todos os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas capazes de cortar ou perfurar (bisturis, agulhas, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas e outros).
Devem ser acondicionados em recipientes rígidos, com tampa vedante, estanques, resistentes à ruptura e à punctura.
Devem ser dispostos em local devidamente licenciado para disposição final de RSS, e, na ausência deste, seu manejo deve seguir as orientações do órgão ambiental competente.
Dependendo da concentração e do volume residual de contaminação por substâncias químicas perigosas, esses resíduos devem ser submetidos ao mesmo tratamento dado à substância contaminante.

Resíduos Comuns

São aqueles resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
Para o gerenciamento desses resíduos devem ser seguidas as orientações estabelecidas pelo órgão ambiental pelo PGRSS.

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... espera mil anos e verás que será precioso até o lixo deixado atrás por uma civilização extinta.....[Isaac Asimov]

A preocupação com a questão ambiental torna o gerenciamento de resíduos um
processo de extrema importância na preservação da qualidade da saúde e do
meio ambiente.

O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes
de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida
das atuais e futuras gerações.

Tais desafios têm gerado políticas públicas e legislações tendo como eixo de
orientação a sustentabilidade do meio ambiente e a preservação da saúde

A Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) , sua concepção, o
equacionamento da geração, do armazenamento, da coleta até a disposição
final, têm sido um constante desafio colocado aos municípios e à sociedade.

Seguindo então esta premissa compete a todo gerador de RSS elaborar seu
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS



Este é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manuseio dos
resíduos sólidos:

• Geração

• Segregação

• Acondicionamento

• Coleta

• Armazenamento

• Transporte

• Tratamento e destinação final

• Ações de proteção à Saúde Publica e meio ambiente [RDC306/2004]



De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e Resolução CONAMA no 358/05,os RSS são
classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.



Grupo A - resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por
suas características, podem apresentar risco de infecção;



Grupo B - resíduos químicos;



Grupo C - rejeitos radioativos;



Grupo D - resíduos comuns;



Grupo E - materiais perfurocortantes

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Antissepsia

É a destruição de microorganismos existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade, hipoalergênico e passível de ser aplicado em tecido vivo.

A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação de dois processos: degermação e antissepsia.

Degermação é a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele.

Sabões e detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e dispersão, removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana existente nas camadas superficiais da pele, também chamada flora transitória, mas não conseguem remover aquela que coloniza as camadas mais profundas ou flora residente.

Os sabões e detergentes sintéticos (não iônicos e aniônicos) devem ser classificados como degermantes, e não como antissépticos.

Preconiza-se o uso de sabão líquido e o cuidado maior que se deve ter no manuseio do sabão é evitar seu contato com a mucosa ocular, contato prolongado com a pele, que pode produzir irritação local.

Um antisséptico adequado deve exercer a atividade gemicida sobre a flora cutânea-mucosa em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a pele ou as mucosas.

Os agentes que melhor satisfazem as exigências para aplicação em tecidos vivos são os iodos, a clorohexidina, o álcool e o hexaclorofeno.

Soluções antissépticas com detergentes (degermantes) e se destinam à degermação da pele, removendo detritos e impurezas e realizando antissepsia parcial.
Como exemplos citam:
• - Solução detergente de PVPI a 10% (1% de iodo ativo)
• - Solução detergente de clorhexidina a 4 %, com 4% de álcool etílico
• - Álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina.


As técnicas de assepsia e antissepsia são de extrema importância para reduzir os riscos de infecção.

Próximo post: 04/10/2010.

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Monitoramento e validação do processo de esterilização!

“Não existem métodos fáceis para resolver problemas difíceis”. (René Descartes)

... Monitoramento é a observação e o registro regular das atividades de um projeto ou programa ...

O monitoramento para controle da qualidade de esterilização é feito para garantir a eficiência dos processos de esterilização. O monitoramento deve avaliar e controlar todas as fases da esterilização com a finalidade de detectar possíveis falhas e onde elas ocorrem.

A esterilização feita na autoclave é um dos processos que permitem melhor monitoramento. Ele pode ser comprovado por meio físico, químico e biológico.

Após a validação ou certificação da máquina, no dia-a-dia, é possível obter os controles mecânicos que devem ser controlados a cada ciclo, pois acusam todos os parâmetros físicos necessários para o sucesso da esterilização (temperatura, pressão e tempo). Alguns equipamentos possibilitam a impressão destes dados pela máquina.

Os indicadores químicos são fitas de papel impregnadas com uma tinta termo-crômica que muda de cor quando exposta à temperatura elevada por um determinado tempo. Elas podem apenas indicar a exposição ou não ao calor (indicadores específicos de temperatura) ou ainda indicar a ação de diferentes componentes como tempo, temperatura e vapor (integradores).
Os indicadores colocados externamente nos pacotes a serem esterilizados indicarão apenas se o material passou ou não pelo processo de esterilização.

Os indicadores químicos multiparamétricos são tiras de papel impregnadas por tinta termoquímica que mudam de cor como as fitas adesivas. Devem ser colocados no interior dos pacotes e indicam que a embalagem foi permeável ao agente esterilizante e também, que o tempo e a temperatura padronizados para a esterilização foram atingidos em um determinado momento.

Há os integradores ou emuladores, que são indicadores químicos classe 5 e 6, respectivamente, cuja pastilha (de alta temperatura de fusão) apenas derrete e migra para a zona de aceitação. Isso acontece quando todos os parâmetros exigidos para a esterilização são alcançados. No emulador, a fusão da pastilha ocorre somente quando 95% do ciclo já se completou.

O monitoramento biológico permite a comprovação da eficiência da esterilização, uma vez que o crescimento de microorganismos após a aplicação do processo é diretamente testado. Este indicador consiste em uma preparação padronizada de esporos bacterianos em suspensões que contêm em torno de 106 esporos por unidade de papel e que, considerando todas as variáveis intervenientes no processo de esterilização, atestam a efetividade do processo.

Tal procedimento deve ser realizado semanalmente. Para a autoclave, utiliza-se o geobacilo esporulado Stearothermophillus, disponível em sistemas auto-contidos de 2ª e 3ª gerações, os quais apresentam seus resultados após 48 horas e três horas respectivamente.

OBS.: A atuação do pessoal que trabalha nesta área e as práticas empregadas devem ser constantemente supervisionadas, certifica-se assim a adesão aos métodos para o controle da qualidade dos processos.

 O monitoramento biológico deve ser realizado semanalmente.
 É obrigatório caderno registro para anotação dos resultados.


Próximo post dia 20/09/2010

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ESTERILIZAÇÃO JÁ!

Para os artigos críticos, a esterilização é o procedimento aceito se o artigo for termorresistente, a autoclavação com pré-vácuo é o processo imbatível, pois é seguro, rápido, econômico, não-tóxico e que permite ser seguramente monitorizado. [Graziano, K]

A esterilização é o processo que visa promover a completa eliminação ou destruição de todas as formas de microorganismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O vapor saturado seco sob pressão é o processo de esterilização que apresenta maior segurança e permite melhor monitoração do mesmo. A esterilização está fundamentada na troca de calor entre o meio e o objeto a ser esterilizado destruindo todas as formas de vida em temperaturas entre 121°C a 134°C.

A superfície fria dos artigos dispostos na autoclave sofrem uma condensação que libera o calor latente aquecendo e molhando simultaneamente os materiais promovendo a termo-coagulação das proteínas.

É este procedimento que elimina os microorganismos. O calor latente pode ser compreendido como o calor recebido durante uma mudança de estado físico, mantendo-se na mesma temperatura. A esterilização está fundamentada nessa troca de calor entre o meio e o objeto a ser esterilizado.

O ciclo de esterilização compreende: remoção do ar, admissão do vapor, exaustão do vapor e secagem dos artigos. Os equipamentos que fazem esterilização (a vapor) são as autoclaves do tipo:
1. Gravitacional: o vapor é injetado forçando a saída do ar. A fase de secagem é limitada uma vez que não possui capacidade para completa remoção do vapor. Os artigos ficam úmidos pela dificuldade de remoção do ar.
2. Pré-vácuo: o ar é removido pela formação de vácuo, antes da entrada do vapor, assim quando este é admitido, penetra instantaneamente nos pacotes. Vantagem: é mais seguro que o gravitacional devido à alta capacidade de sucção do ar realizada pela bomba de vácuo.

O uso de soluções químicas para esterilização deve apenas restringir-se às situações emergenciais e não de rotina, por serem métodos manuais, sujeitos a muitos erros operacionais, em que nenhum monitoramento é possível.

OBS.:
1. As autoclaves que atendem a odontologia são gravitacionais e algumas já apresentam um sistema de pré-vácuo.
2. É importante ter atenção com as embalagens. Elas devem permitir que o vapor atinja os artigos e, ao mesmo tempo, sejam resistentes ao processo, promovendo barreira microbiana. As embalagens devem proteger os artigos em seu interior de modo a manter a esterilidade* até o momento da sua abertura.
*Esterilidade ou nível de segurança (SAL) é um número definido para margem de segurança nos processos de esterilização.

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Dentista, muito cuidado com as embalagens!

EMBALAR: Acondicionar, empacotar, proteger o conteúdo. [Dicionário Língua Portuguesa]

Os artigos devem ser acondicionados em embalagens para evitar a recontaminação após a esterilização. Ao mesmo tempo, o material da embalagem deve ser adequado para permitir a esterilização dos artigos contidos dentro dele. A embalagem deve oferecer uma barreira microbiana e permitir a passagem de ar e do agente esterilizador. Como por exemplo, o vapor.

As embalagens de qualidade garantem aos materiais neles embalados, quando submetidos a um adequado processo de esterilização, a manutenção das condições de esterilidade até o momento do uso.

Na manufatura devem seguir normas técnicas internacionais, cujas medidas são adequadas ao tipo de produto a ser esterilizado oferecendo permeabilidade ao agente esterilizante, selagem tripla que garante a integridade da embalagem, resistência às condições de transporte e estoque.

Os tipos de embalagens deverão ser escolhidos de acordo com a capacidade da autoclave.

Os rolos e envelopes comercializados, adequados aos artigos médico-odonto-hospitalares, são compostos de papel grau cirúrgico e de porosidade controlada, filme termoplástico bilaminado de polietileno e polipropileno, ideal para autoclave a vapor e óxido de etileno. Atualmente muitas embalagens possuem indicadores químicos para vapor e etileno (ETO) que mudam de cor diferenciando os produtos já processados.

As caixas (contêiner) metálicas agem como retentores do calor e auxiliam na secagem do material. No entanto, produzem mais condensados quando não embalados apropriadamente e não auxiliam na revaporização final.
As caixas plásticas agem como isoladores e resfriam rapidamente. O contato com superfícies ou ambientes mais frios provoca condensado rapidamente.

Obs.:

• As embalagens para esterilização não podem ser reutilizadas. Elas são de uso único e, portanto, são descartáveis.

• O papel crepado pode ser utilizado para procedimentos de esterilização

• É proibido o uso de papel Kraft, papel toalha, papel manilha

• Pode ser usado tecido de algodão, não tecido - SMS (manta de polipropileno-100%)

• Cuidado no armazenamento das embalagens para assegurar sua integridade

• Validade das embalagens: por enquanto na odontologia observar sete dias (segundo a legislação vigente-ANVISA)

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Manchas nos instrumentais - Mitos e Verdades

A incidência das manchas nos instrumentais se deve a diferentes causas.
Como causas mais frequentes temos o contato prolongado com soluções químicas, resíduos orgânicos e outras secreções.
Outras causas:
- muito tempo entre a utilização do instrumental e o início do processo de limpeza;
- a utilização de detergentes agressivos e que danificam o aço inoxidável, a permanência prolongada em soluções desincrostantes ou esterilizantes;
- a lavagem manual ou ultrassônica insuficiente;
- a presença de metais e minerais contidos na água;
- instrumentos secos "ao natural”;
- má qualidade da água tanto no processo de limpeza quanto no processo de esterilização (vapor das autoclaves);
- a esterilização de materiais cromados com materiais inoxidáveis numa mesma operação.

Os pontos de corrosão (“Pitting”) são as mais frequentes e progridem rapidamente causando em pouco tempo a deterioração total do instrumento. São provocados normalmente por íons halógenos que atuam na superfície do instrumento.

Eles são provenientes de soluções salinas, cloretos, iodo e também de resíduos orgânicos, secreções ou ainda de detergentes, desincrostantes ou soluções desinfetantes sujas.

Se o contato direto dos instrumentos com as soluções halógenas for inevitável, deve-se providenciar a imediata lavagem dos mesmos, assim, como mantê-los articulados (pinças, porta-agulhas, etc). Mantenha-os sempre abertos no processo de lavagem e esterilização.

Os detergentes iônicos ou sabões iônicos (desincrostantes, derivados da amônia quaternária), são mais potentes por possuir muitos íons livres. Mas em contrapartida, acabam reagindo de forma inespecífica com outras substâncias compostas por matéria orgânica ou inorgânica.

Inicialmente, a ação destes detergentes sobre o instrumental é microscópica, mas com o uso rotineiro e após um breve período, os danos aparecem.

Os detergentes enzimáticos agem na etapa da limpeza completa dos materiais e removem detritos e sujidades, especialmente matéria orgânica, tendo como consequência a diminuição de grande parte dos microorganismos presentes em qualquer objeto.

Encontramos no mercado produtos de qualidade que auxiliam na recuperação dos instrumentais aumentando sua vida útil. Esses produtos atuam como removedores de oxidação e são específicos para a remoção de crostas, manchas e podem ser associados a um lubrificante à base de leite mineral neutro para proporcionar maleabilidade durante o uso e prevenir a oxidação.

"Resíduos de matéria orgânica nos instrumentos e equipamentos podem esconder microorganismos causadores de infecção.”

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Limpeza de instrumental e superfícies - Parte II

A limpeza da área física é uma etapa importante para o controle de infecção no consultório. Para obter um bom resultado no procedimento, deve-se estar atento a seleção adequada dos produtos utilizados no processo, seus recursos e tempo. O desperdício de produtos acarreta alto custo, a possibilidade do desgaste e a corrosão das superfícies.

É importante estar alerta aos problemas da toxicidade para os manuseadores e usuários, bem como com a poluição ambiental.

Como superfície entende-se:
- mobiliários (bancadas, pias, armários, computadores, etc.);
- pisos,paredes,divisórias, portas e maçanetas;
- tetos,janelas,vidros;
- equipamentos;
- instalações sanitárias;
- grades de aparelho de ar-condicionado,ventilador, exaustor;
- luminárias, bebedouro, aparelho telefônico, entre outros.

*A limpeza com vassouras é recomendável somente nas áreas externas, sendo proibido o seu uso em áreas internas de atendimento.

*Use água e sabão para pisos, banheiros e teto. Nas bancadas e equipo, limpe com água e sabão neutro e faça a desinfecção com álcool 70°. Cuidado com superfícies que sofrem corrosão pelo álcool.

REGRAS BÁSICAS
1. Os procedimentos de limpeza adotados devem observar as técnicas preconizadas e as normas da legislação vigente, visando o controle de infecção.
2. Sempre utilizar equipamento de proteção individual (EPI).
3. Comece sempre do ambiente menos contaminado para o mais contaminado.
4. As mãos devem ser lavadas antes e após a utilização das luvas de limpeza.
5. Para diferenciar e evitar contaminação, as luvas utilizadas para limpeza do mobiliário devem ser de cor diferente das luvas utilizadas na limpeza geral de pisos, paredes e sanitários.
6. Usar panos, luvas, baldes, escovas e outros, padronizados para cada procedimento.

Até o próximo post.

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Limpeza de instrumental e superfícies - Parte I

"Não há assunto tão velho que não possa ser dito algo de novo sobre ele”
(Fiódor Dostoiévski)

Os artigos odonto-médico-hospitalares podem ser classificados em: artigos críticos, semi-críticos e não críticos. Na prática odontológica, a maioria dos artigos utilizados classificam-se em críticos e semi-críticos.
A contaminação dos instrumentais após contato com a saliva e sangue do paciente exige uma rotina de limpeza, desinfecção e esterilização adequada.
A limpeza dos instrumentais é um processo muito importante e pode ser definida como a remoção da sujeira e matéria orgânica ou inorgânica da superfície dos artigos através de ação mecânica, com o auxílio de detergentes ou produtos enzimáticos. A limpeza completa é requerida antes da desinfecção de alto nível e da esterilização já que os materiais inorgânicos e orgânicos que permanecem nas superfícies dos instrumentos interferem na eficácia destes processos. (Centers for Disease Control and Preventions, 2008)

Métodos de Limpeza:

Limpeza Manual: envolve fricção com uso de escovas e enxágue com água. Para instrumentos canulados, em que muitas vezes não há possibilidade de passagem de escovas no lúmen, é indicada a aplicação de água sob pressão.

Limpeza automatizada: é realizada através de lavadoras automatizadas. As mais usadas são as lavadoras ultrassônicas e termodesinfetadoras. Remove a matéria orgânica impregnada nos instrumentais, é controlável e eficaz no cuidado com a saúde ocupacional.

Qual o melhor produto para limpeza?

Os detergentes específicos enzimáticos neutros são próprios para a limpeza de artigos médicos e odonto-hospitalares.

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Cuidados com as peças de mão e canetas odontológicas

Questão polêmica... caminha entre o que é correto, o possível e a realidade!

Sabe-se que muitos cirurgiões-dentistas não adotam a prática de esterilização das canetas e pontas pelo alto custo e pelo número insuficiente desses equipamentos. Outros não adotam o procedimento por acreditar que isso possa causar algum dano nas turbinas. Um número considerável de profissionais ainda continua resistente a prática da esterilização, por incrível que pareça, por a considerarem desnecessária.
Desde 1993, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) órgão público americano que atua no estudo de infecções hospitalares - publicou recomendações para o controle de infecção em Odontologia, entre elas, a utilização da autoclave para esterilizar as peças de mão, ressaltou a importância do uso das válvulas anti-refluxo para prevenir a aspiração de material orgânico e recomendou o acionamento do sistema para liberação de água após o uso.
Essas recomendações foram atualizadas enfatizando-se a necessidade da esterilização das peças de mão em autoclave (Guideline for Disinfection and Sterilization in Healthcare Facilities, 2008).

Processamento das canetas
Daqui para frente quando mencionarmos processamento, referimo-nos às etapas envolvidas na preparação do material até o processo de esterilização ou desinfecção. Quanto as peças de mão, usadas em odontologia, o processamento deve seguir as orientações do fabricante. As etapas do processamento devem ser aplicadas, de modo a garantir um ótimo resultado final, que é um material esterilizado e seguro para ser utilizado.
A limpeza externa e interna é essencial para que isso aconteça. Se houver sujidade tenha certeza de que seu material, mesmo sendo autoclavado, não estará estéril. As canetas e peças de mão que suportam a limpeza através de cuba ultrassônica devem ser limpas dessa forma, pois há evidências que apontam para a maior eficiência de remoção de resíduos através desse método.
O ideal seria utilizar aparelhos desenvolvidos especialmente para a limpeza de canetas e peças de mão, que fazem a limpeza e lubrificação deixando pronto para a embalagem e esterilização. Mas, infelizmente ainda não estão disponíveis no mercado nacional. Depois da limpeza e lubrificação, embale e esterilize em autoclave; armazene até o momento da utilização.

A pergunta quer não quer calar....
E se eu não tenho cuba ultrassônica e minha caneta não é autoclavável, o que faço?
Bem, sem cuba ultrassônica não fazemos uma limpeza adequada, então, não adianta autoclavar.
Faça somente a desinfecção com álcool 70%, da mesma forma para as não autoclaváveis.
Nós entendemos que é preciso usar sempre o bom senso e não desperdiçar tempo e dinheiro em ações inúteis. Porém, é preciso entender que não é necessário ter uma lei nos obrigando a fazer o que é correto. Nosso lema é: “Adotar medidas de prevenção na propagação de doenças é, antes de tudo, demonstrar amor à vida”

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DENTISTAS DO BEM em Portugal!

Atenção amigos da Turma do Bem!!! O DENTISTA DO BEM está chegando em Portugal! Quer saber mais? Tem post novo no blog...
http://www.bloglog.globo.com/fabiobibancos/

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Mãos limpas, doenças à distância!

A higienização das mãos é considerada a ação isolada mais importante para a prevenção e o controle das infecções em serviços de saúde.
Conforme tocamos nos objetos e também nos pacientes, entramos em contato com uma enorme quantidade de micro-organismos que permanecem nas mãos e são repassados. Somente a lavagem das mãos com água e sabão irá removê-los e evitar a transmissão para outras superfícies.

MICROBIOLOGIA DA PELE
• Flora residente

A Flora residente é formada por micro-organismos que vivem (colonizam) na pele e nas mãos. Ela é encontrada em maior quantidade na região das unhas e entre os dedos, assim como nas camadas externas da pele, fendas e folículos pilosos. Os micro-organismos da flora residente não são facilmente removíveis, entretanto são inativados por antissépticos como álcool, clorexidina e iodóforos. As bactérias mais comumente encontradas são as Gram-positivas (Staphylococcusaureus, Staphylococcusepidermidis, Estreptococossp). A flora residente é de baixa virulência, contudo pode ocasionar infecções sistêmicas em pacientes imuno-deprimidos e após procedimentos invasivos.
• Flora transitória
É adquirida no contato com pacientes e superfícies contaminadas. Os micro-organismos permanecem na pele por um período e podem ser transferidos ou eliminados com a lavagem das mãos, já que se encontram na superfície da pele. A flora transitória das mãos é composta pelos micro-organismos frequentemente responsáveis pelas infecções hospitalares: as bactérias Gram-negativas (Pseudomonas sp, Acinetobacter SP e Klebsiella sp).
Quando lavar as mãos:
 antes de iniciar os procedimentos
 após a retirada das luvas
 entre contatos com pacientes
 após tocar fluidos, secreções e itens contaminados
 quando houver rompimento e/ou perfuração das luvas.

USO DO ÁLCOOL GLICERINADO
O uso do álcool só deve ocorrer quando as mãos estiverem livres de sujeira e umidade. O álcool glicerinado é composto de álcool 70% mais 2% de glicerina para evitar o ressecamento das mãos. Ele age como antisséptico de ampla e rápida ação microbiana destruindo a flora aderida.

Agora é com você. Agir como Pilatos, capitular diante do senso comum, ou agir como Semmelweis, lutar pela difusão do nosso simples, mas fundamental princípio - lavar as mãos!

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Segurança Ocupacional

RISCOS OCUPACIONAIS RELACIONADOS À ODONTOLOGIA

"O homem não é outra coisa senão seu projeto e só existe à medida que o realiza"
Jean Paul Sartre

A prática profissional odontológica apresenta como uma de suas principais características o risco ocupacional em virtude de hábitos, posturas e patologias advindas da profissão. Esta preocupação fundamenta-se na natureza inerente ao trabalho odontológico que exige do profissional uma interação direta e freqüente com pessoas, materiais e equipamentos tendo como conseqüência o risco de contaminação por radiação e agentes alergênicos.

Esses riscos podem e devem ser evitados através da observância das normas técnicas de biossegurança e da padronização do atendimento.

A incorporação de normas de Biossegurança significa coerência e responsabilidade com os preceitos de SAÚDE.

O ambiente de trabalho, suas instalações e equipamentos associados ao tipo de atividade desenvolvida, expõem o profissional de Saúde a manifestações patológicas do tipo infectocontagiosas como hepatite, herpes e AIDS; ou crônico-degenerativas, decorrentes de efeitos cumulativos, como hidrargiria [manifestação da pele ao mercúrio], postura corporal inadequada, doença óssea relacionada ao trabalho (DORT) e efeitos da radiação ionizante.

As definições de Biossegurança contemplam ações que contribuem para a segurança das pessoas e do ambiente desde as medidas que visam a evitar riscos físicos (radiação, temperatura, ruídos) ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e estresse.

As Medidas de Precaução Padrão preconizam um efetivo programa de imunização [vacina Hepatite B, dupla-T, gripe], lavagem rotineira das mãos, uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), cuidados com o descarte de agulhas e outros perfurocortantes, além de todos os cuidados com a limpeza, desinfecção e esterilização de materiais, equipamentos, ambiente de trabalho e o descarte de lixo contaminado e não contaminado (CVS-11São Paulo, 1995; São Paulo, RSS-15, 1999; NR-32, MT, 2005; Manual da ANVISA, Ministério da Saúde, 2006).

A adoção e adesão a essas medidas preventivas têm papel essencial ao bom desempenho profissional.

Reforçamos que o risco ocupacional após exposições a materiais biológicos, já demonstrado em grandes estudos é variável e depende do tipo de acidente e de outros fatores envolvidos, tais como a gravidade ou o tamanho da lesão, a presença e o volume de sangue envolvido, além das condições clínicas do paciente-fonte e o seguimento adequado pós-exposição.

Frente à exposição ao material biológico seguir as recomendações do Ministério da Saúde desde a comunicação do acidente, notificação e encaminhamento aos serviços de referência em atendimento a acidentes com material biológico para identificação e conduta medicamentosa se necessário.

Tornar seguro o ambiente de trabalho é dever de todo profissional.

Próximo post: 31/05/2010

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Equipamento de Proteção Individual (EPI) - Parte II

Continuação EPIs:

Máscaras:

A máscara cirúrgica é uma barreira de uso individual que cobre o nariz e a boca.

É indicada para:

• proteger o Trabalhador de Saúde de infecções por inalação de gotículas transmitidas à curta distância e pela projeção de sangue ou outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias respiratórias.
• minimizar a contaminação do ambiente com secreções respiratórias geradas pelo próprio Trabalhador de Saúde ou pelo paciente.
Deve ser utilizada sempre que houver a possibilidade de contato com patologias de transmissão respiratória por gotículas.
É importante destacar que a máscara cirúrgica:
• NÃO protege adequadamente o usuário de patologias transmitidas por aerossóis, pois, independentemente de sua capacidade de filtração, a vedação no rosto é precária neste tipo de máscara;
• NÃO é um EPR (equipamento de proteção respiratória).

As máscaras perdem sua capacidade filtrativa quando umedecidas e nunca devem ser manuseadas durante os procedimentos.

Luvas:

As luvas devem ser usadas em todos os procedimentos clínicos, no entanto sua utilização deve ser restrita à cavidade bucal do paciente, evitando-se o toque em superfícies de móveis e equipamentos, pois numerosos trabalhos demonstram que quando a saliva do paciente é disseminada por todas as partes do consultório, há a possibilidade de criação de focos de infecção no telefone, na gaveta, maçaneta da porta, no livro de horário/agenda e em todas as demais partes tocadas pelo profissional, durante ou após o atendimento.
Nos procedimentos semicríticos não invasivos: dentística, ortodontia recomenda-se as luvas de procedimento (não estéreis) e para os procedimentos críticos, invasivos: cirurgia, periodontia e endodontia as luvas estéreis cirúrgicas.
Para limpeza geral ou lavagem de instrumental, limpeza e desinfecção do consultório deve se usar luvas de trabalho mais grossas, de borracha ou nitrílicas.
Diante de uma alergia ao látex, as luvas utilizadas deverão ser de vinil.

As luvas de plástico, usadas como sobreluvas, devem ser usadas quando houver necessidade de manusear artigos fora do campo de trabalho, mas cuidado para não tornar isso uma prática. Tenha sempre os itens que irá usar no procedimento à disposição.
Não é recomendado usar a mesma luva para atender a vários pacientes, pois as luvas sofrem pequenos danos, como perfurações, o que tornaria esta barreira deficiente. Da mesma forma não se recomenda reutilizar as luvas, pois a resistência diminui quando lavadas ou autoclavadas.
As luvas não devem ser usadas fora do ambiente clínico restrito.

Ao final de um atendimento, retirar as luvas, higienizar as mãos.

Antes de iniciar outro atendimento repetir o processo de higienização das mãos.

Avental:

Deve ser de mangas longas, tecido claro e confortável, ou descartável para os procedimentos que envolvam o atendimento a pacientes e impermeável nos procedimentos de limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes. Deve ser usado fechado durante todos os procedimentos.

Atualmente muitos profissionais utilizam avental de tecido lavável no atendimento clínico. É importante lembrar que esses aventais devem ser lavados com maior freqüência.

Para escolher adequadamente os aventais descartáveis sempre opte por gramaturas mais altas, pois se a gramatura do avental de tecido não tecido (TNT) for muito baixa ou a trama do tecido for muito aberta a proteção será ineficaz.

Calçados:

Devem ser fechados e com solado antiderrapante.

Podem ser usados tamancos especiais para uso hospitalar, que são laváveis e autoclaváveis.

Propés:

O seu uso ainda é foco de polêmica.

Recomenda-se que o uso do propé somente na sala de atendimento.

Próximo post: 17/05/2010

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Equipamento de Proteção Individual (EPI) - Parte I

Desde 1974, o CDC - Center for Disease Control and Prevention/USA edita classificações de agentes etiológicos com base no risco e os procedimentos a serem seguidos nas instituições de saúde e laboratórios. Em 1987, o CDC modificou, em seu manual de isolamento, a terminologia “precauções com sangue e secreções” para “precauções universais”, o que implicou no uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) na assistência a todo e qualquer paciente, independentemente do seu estado infeccioso.

O Equipamento de Proteção Individual (EPI) é todo dispositivo ou produto de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. [ANVISA-2006].

Sabe-se que o EPI é efetivo apenas se for usado corretamente, sempre de acordo com as orientações do fabricante e seguindo um padrão de uso: quando usá-lo, como usá-lo, como removê-lo e em quantidade suficiente para ser utilizado. O uso de EPI é indicado durante o atendimento ao paciente, nos procedimentos de limpeza do ambiente e no reprocessamento dos artigos e devem ser usados exclusivamente nas áreas de trabalho. O EPI é uma barreira mecânica que evita o contato com matéria orgânica e fluidos.

São considerados EPIs: gorro, óculos, máscaras, luvas, aventais e propés.

O responsável técnico pelo serviço odontológico deverá providenciar a aquisição dos EPIs e orientar a equipe quanto aos tipos e as indicações de uso.

Deve-se trocar todo EPI após procedimentos críticos como: cirurgias, endodontia, periodontia, etc.

EPIs usados na clínica diária:

Gorro
É importante o uso do gorro para proteção dos cabelos pela contaminação dos aerossóis, corpos estranhos, contaminação do próprio couro cabeludo. O gorro dever ser descartável e quando se apresentar sujo com material orgânico, deve ser substituído. É importante que o gorro cubra todo o cabelo do profissional.

Óculos
O uso do óculos de proteção também é muito importante, principalmente nas manobras em que há produção de aerossóis, visto que a conjuntiva do olho apresenta menor barreira de proteção que a pele.

Além de proteger contra os microorganismos e evitar traumas de vários tipos, os óculos evitam que o indivíduo toque nos olhos carregando contaminações. Os óculos deverão ser os mais fechados possíveis e de boa qualidade ótica. Esta proteção deverá ser usada pelo CD, pelo pessoal auxiliar quando em procedimento e no processamento dos materiais: limpeza e desinfecção.

Para o uso do fotopolimerizador o profissional e o paciente deverão usar óculos com lentes de cor alaranjada.

Para o uso do laser é imprescindível que todas as pessoas presentes no ambiente usem óculos de proteção próprio.

Continua: EPI – Parte II - Próximo post dia 03/05/2010.

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Liga do Dentista Limpo

A biossegurança é um conjunto de normas e ações voltadas à prevenção e ao combate de infecções. Ciente da importância dos cuidados que o profissional da área odontológica deve ter em sua clínica, a Turma do Bem lança um novo projeto: a Liga do Dentista Limpo.

Nos próximos dias, nossos 7 mil dentistas voluntários receberão pelo correio um manual de 14 páginas com as medidas de biossegurança que devem ser empregadas em seus consultórios para evitar riscos à saúde dos pacientes, das equipes clínicas e dos próprios dentistas.

O objetivo é alertar os profissionais sobre a necessidade das práticas diárias de biossegurança em suas clínicas difundindo informações corretas, precisas e atualizadas.

A biossegurança, além de zelar pela saúde do paciente, da equipe clínica e do próprio dentista, traz à tona a conscientização não só dos dentistas como dos pacientes quanto a ambientes seguros e adequados. A aplicabilidade dos cuidados básicos para evitar contaminação por meio de equipamentos/instrumentos é fundamental, por isso não se deve trabalhar sem seguir as normas de biossegurança. Itens como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): luvas, máscaras, óculos de proteção, gorro, avental e calçado fechado devem ser usados para o atendimento de todos os pacientes e fazer parte da rotina e ambiente de cada dentista.

Esse blog será abastecido quinzenalmente com informações, dicas, discussões, onde suas perguntas serão muito bem vindas e respondidas pelas dentistas consultoras Angela Maria Aly Cecílio e Yara Yatiyo Yassuda, que nos auxiliaram na elaboração do manual.

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