Mãos limpas, doenças à distância!

A higienização das mãos é considerada a ação isolada mais importante para a prevenção e o controle das infecções em serviços de saúde.
Conforme tocamos nos objetos e também nos pacientes, entramos em contato com uma enorme quantidade de micro-organismos que permanecem nas mãos e são repassados. Somente a lavagem das mãos com água e sabão irá removê-los e evitar a transmissão para outras superfícies.

MICROBIOLOGIA DA PELE
• Flora residente

A Flora residente é formada por micro-organismos que vivem (colonizam) na pele e nas mãos. Ela é encontrada em maior quantidade na região das unhas e entre os dedos, assim como nas camadas externas da pele, fendas e folículos pilosos. Os micro-organismos da flora residente não são facilmente removíveis, entretanto são inativados por antissépticos como álcool, clorexidina e iodóforos. As bactérias mais comumente encontradas são as Gram-positivas (Staphylococcusaureus, Staphylococcusepidermidis, Estreptococossp). A flora residente é de baixa virulência, contudo pode ocasionar infecções sistêmicas em pacientes imuno-deprimidos e após procedimentos invasivos.
• Flora transitória
É adquirida no contato com pacientes e superfícies contaminadas. Os micro-organismos permanecem na pele por um período e podem ser transferidos ou eliminados com a lavagem das mãos, já que se encontram na superfície da pele. A flora transitória das mãos é composta pelos micro-organismos frequentemente responsáveis pelas infecções hospitalares: as bactérias Gram-negativas (Pseudomonas sp, Acinetobacter SP e Klebsiella sp).
Quando lavar as mãos:
 antes de iniciar os procedimentos
 após a retirada das luvas
 entre contatos com pacientes
 após tocar fluidos, secreções e itens contaminados
 quando houver rompimento e/ou perfuração das luvas.

USO DO ÁLCOOL GLICERINADO
O uso do álcool só deve ocorrer quando as mãos estiverem livres de sujeira e umidade. O álcool glicerinado é composto de álcool 70% mais 2% de glicerina para evitar o ressecamento das mãos. Ele age como antisséptico de ampla e rápida ação microbiana destruindo a flora aderida.

Agora é com você. Agir como Pilatos, capitular diante do senso comum, ou agir como Semmelweis, lutar pela difusão do nosso simples, mas fundamental princípio - lavar as mãos!

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Segurança Ocupacional

RISCOS OCUPACIONAIS RELACIONADOS À ODONTOLOGIA

"O homem não é outra coisa senão seu projeto e só existe à medida que o realiza"
Jean Paul Sartre

A prática profissional odontológica apresenta como uma de suas principais características o risco ocupacional em virtude de hábitos, posturas e patologias advindas da profissão. Esta preocupação fundamenta-se na natureza inerente ao trabalho odontológico que exige do profissional uma interação direta e freqüente com pessoas, materiais e equipamentos tendo como conseqüência o risco de contaminação por radiação e agentes alergênicos.

Esses riscos podem e devem ser evitados através da observância das normas técnicas de biossegurança e da padronização do atendimento.

A incorporação de normas de Biossegurança significa coerência e responsabilidade com os preceitos de SAÚDE.

O ambiente de trabalho, suas instalações e equipamentos associados ao tipo de atividade desenvolvida, expõem o profissional de Saúde a manifestações patológicas do tipo infectocontagiosas como hepatite, herpes e AIDS; ou crônico-degenerativas, decorrentes de efeitos cumulativos, como hidrargiria [manifestação da pele ao mercúrio], postura corporal inadequada, doença óssea relacionada ao trabalho (DORT) e efeitos da radiação ionizante.

As definições de Biossegurança contemplam ações que contribuem para a segurança das pessoas e do ambiente desde as medidas que visam a evitar riscos físicos (radiação, temperatura, ruídos) ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e estresse.

As Medidas de Precaução Padrão preconizam um efetivo programa de imunização [vacina Hepatite B, dupla-T, gripe], lavagem rotineira das mãos, uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), cuidados com o descarte de agulhas e outros perfurocortantes, além de todos os cuidados com a limpeza, desinfecção e esterilização de materiais, equipamentos, ambiente de trabalho e o descarte de lixo contaminado e não contaminado (CVS-11São Paulo, 1995; São Paulo, RSS-15, 1999; NR-32, MT, 2005; Manual da ANVISA, Ministério da Saúde, 2006).

A adoção e adesão a essas medidas preventivas têm papel essencial ao bom desempenho profissional.

Reforçamos que o risco ocupacional após exposições a materiais biológicos, já demonstrado em grandes estudos é variável e depende do tipo de acidente e de outros fatores envolvidos, tais como a gravidade ou o tamanho da lesão, a presença e o volume de sangue envolvido, além das condições clínicas do paciente-fonte e o seguimento adequado pós-exposição.

Frente à exposição ao material biológico seguir as recomendações do Ministério da Saúde desde a comunicação do acidente, notificação e encaminhamento aos serviços de referência em atendimento a acidentes com material biológico para identificação e conduta medicamentosa se necessário.

Tornar seguro o ambiente de trabalho é dever de todo profissional.

Próximo post: 31/05/2010

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Equipamento de Proteção Individual (EPI) - Parte II

Continuação EPIs:

Máscaras:

A máscara cirúrgica é uma barreira de uso individual que cobre o nariz e a boca.

É indicada para:

• proteger o Trabalhador de Saúde de infecções por inalação de gotículas transmitidas à curta distância e pela projeção de sangue ou outros fluidos corpóreos que possam atingir suas vias respiratórias.
• minimizar a contaminação do ambiente com secreções respiratórias geradas pelo próprio Trabalhador de Saúde ou pelo paciente.
Deve ser utilizada sempre que houver a possibilidade de contato com patologias de transmissão respiratória por gotículas.
É importante destacar que a máscara cirúrgica:
• NÃO protege adequadamente o usuário de patologias transmitidas por aerossóis, pois, independentemente de sua capacidade de filtração, a vedação no rosto é precária neste tipo de máscara;
• NÃO é um EPR (equipamento de proteção respiratória).

As máscaras perdem sua capacidade filtrativa quando umedecidas e nunca devem ser manuseadas durante os procedimentos.

Luvas:

As luvas devem ser usadas em todos os procedimentos clínicos, no entanto sua utilização deve ser restrita à cavidade bucal do paciente, evitando-se o toque em superfícies de móveis e equipamentos, pois numerosos trabalhos demonstram que quando a saliva do paciente é disseminada por todas as partes do consultório, há a possibilidade de criação de focos de infecção no telefone, na gaveta, maçaneta da porta, no livro de horário/agenda e em todas as demais partes tocadas pelo profissional, durante ou após o atendimento.
Nos procedimentos semicríticos não invasivos: dentística, ortodontia recomenda-se as luvas de procedimento (não estéreis) e para os procedimentos críticos, invasivos: cirurgia, periodontia e endodontia as luvas estéreis cirúrgicas.
Para limpeza geral ou lavagem de instrumental, limpeza e desinfecção do consultório deve se usar luvas de trabalho mais grossas, de borracha ou nitrílicas.
Diante de uma alergia ao látex, as luvas utilizadas deverão ser de vinil.

As luvas de plástico, usadas como sobreluvas, devem ser usadas quando houver necessidade de manusear artigos fora do campo de trabalho, mas cuidado para não tornar isso uma prática. Tenha sempre os itens que irá usar no procedimento à disposição.
Não é recomendado usar a mesma luva para atender a vários pacientes, pois as luvas sofrem pequenos danos, como perfurações, o que tornaria esta barreira deficiente. Da mesma forma não se recomenda reutilizar as luvas, pois a resistência diminui quando lavadas ou autoclavadas.
As luvas não devem ser usadas fora do ambiente clínico restrito.

Ao final de um atendimento, retirar as luvas, higienizar as mãos.

Antes de iniciar outro atendimento repetir o processo de higienização das mãos.

Avental:

Deve ser de mangas longas, tecido claro e confortável, ou descartável para os procedimentos que envolvam o atendimento a pacientes e impermeável nos procedimentos de limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes. Deve ser usado fechado durante todos os procedimentos.

Atualmente muitos profissionais utilizam avental de tecido lavável no atendimento clínico. É importante lembrar que esses aventais devem ser lavados com maior freqüência.

Para escolher adequadamente os aventais descartáveis sempre opte por gramaturas mais altas, pois se a gramatura do avental de tecido não tecido (TNT) for muito baixa ou a trama do tecido for muito aberta a proteção será ineficaz.

Calçados:

Devem ser fechados e com solado antiderrapante.

Podem ser usados tamancos especiais para uso hospitalar, que são laváveis e autoclaváveis.

Propés:

O seu uso ainda é foco de polêmica.

Recomenda-se que o uso do propé somente na sala de atendimento.

Próximo post: 17/05/2010

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