Saudações Biosseguras...

... A Liga do Dentista Limpo deseja a todos da Turma do Bem e, especialmente, aos nossos seguidores, um Feliz Natal e a implementação do projeto de Biossegurança na sua abrangência em 2011.

Sendo assim aí vai o nosso último post de 2010...

Biossegurança pode ser entendida, literalmente, como vida com mais segurança ou, em sentido mais amplo, “vida livre de perigos” (Ferreira, 1999).

Este conceito amplo e irrestrito levado ao desempenho das atividades profissionais encontra respaldo na definição de Biossegurança para os profissionais de saúde como um conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde em atividades que oferecem riscos de adquirir doenças profissionais.
Outra definição entende por medidas de Biossegurança, ações que contribuem para a segurança das pessoas e do ambiente e englobam todas as medidas que visam a evitar riscos físicos (radiação, temperatura, ruídos) ergonômicos (posturais), químicos (substâncias tóxicas), biológicos (agentes infecciosos) e estresse.

É importante criar estratégias para redução da exposição aos diferentes tipos de riscos, pois o trabalho odontológico exige do profissional uma interação direta e freqüente com pessoas, materiais e equipamentos e as medidas de Biossegurança zelam pela saúde do paciente, da equipe clínica: dentista e equipe auxiliar.

O processo para quebra de paradigmas é diário e só consegue bons resultados pela educação continuada que visa orientar, motivar, conscientizar e informar permanentemente a todos os envolvidos sobre os riscos e procedimentos inerentes a profissão.

A incorporação das normas de Biossegurança significa coerência e responsabilidade com os preceitos de SAÚDE, sendo assim a implementação dessas medidas preventivas e o cumprimento do protocolo elaborado para a Liga do Dentista Limpo é essencial ao bom desempenho profissional.


Reforçar e convidá-los a refletir sobre Biossegurança na Odontologia é o nosso trabalho hercúleo, pois acreditamos que só pela educação é que faremos isto acontecer. (Aly,Yassuda,2010)

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...Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.[Murphy]

A adoção do check list é importante para que a execução de tarefas e organização do trabalho se torne mais fácil, poupe tempo evite erros e falhas no processo.

Para que os preceitos da Biossegurança sejam atendidos esta lista deve ser acompanhada de perto, pois temos ações em tempos diferentes: tarefas diárias, semanais, mensais, e anuais umas obrigatórias e outras recomendadas.

A biossegurança é muito abrangente - englobando legislação, normas vigentes, cuidados com o paciente, anamnese, conhecimentos das doenças e manifestações bucais, EPIs, assim como tudo o que se refere à limpeza, desinfecção, esterilização, descarte de resíduos, doenças ocupacionais e acidentes no trabalho.

A prática diária nos consultórios odontológicos requer a observância destas normas e a adoção de precauções padrão no atendimento para todos os pacientes sem distinção de idade, raça, classe social.

Para isso a equipe odontológica deve realizar uma prática clínica segura, adotando todos os preceitos atuais para o controle das infecções implementando um protocolo e padronização em todos os procedimentos clínicos e no processamento dos instrumentais. Uma falha nesses processos e a não observância das medidas de precaução são as principais causas da disseminação de doenças, de iatrogenias de origem infecciosa, de acidentes ocupacionais e de perda de instrumentais.

Os profissionais devem estar atentos aos princípios básicos de higiene, e precaução padrão. São eles exame médico periódico, vacinas da HBV, dupla T, influenza, uso dos EPIs,higienização das mãos e ter olhar amplo para com o paciente iniciado-se pela ficha clinica atualizada contendo todas as informações possíveis para a anamnse.

É fundamental atenção e disciplina nas tarefas de rotina como, por exemplo, processamento dos materiais iniciando-se pelo processo de limpeza efetivo, passando pela secagem inspeção até a esterilização.

Seguir o check list que se encontra no Manual de Rotinas da Liga é um método interessante para a implementação e padronização do Controle de Infecção na prática diária.


“Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possíve”l. [Lei de Murphy]

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Nas intervenções em áreas infectadas deve-se tratar a infecção previamente... [Delboni,2005]

Para a maioria dos procedimentos odontológicos não é necessário a profilaxia antibiótica, contudo, em procedimentos odontológicos invasivos, o risco do desenvolvimento de uma infecção é bastante elevado. Por isso, é importante realizar a profilaxia antibiótica no pré-operatório ou até mesmo estender a antibioticoterapia para o pós-operatório.
Profilaxia antibiótica é a prevenção do desenvolvimento de uma infecção pela administração de agentes antimicrobianos. A utilização de antibióticos profiláticos para se "prevenir" endocardite bacteriana após tratamento odontológico é constantemente revisada e avaliada sendo que novos conceitos surgem a seu respeito. A profilaxia em pacientes de risco em desenvolver a endocardite bacteriana se faz necessária em alguns casos. Uma boa anamnese deve estar pari-passu com o profissional que deseja atender pacientes com o risco desta patologia.
As drogas escolhidas para a profilaxia antes do tratamento odontológico devem ser dirigidas aos microorganismos mais comumente encontrados na cavidade oral, sendo contra-indicada uma administração em períodos prolongados, antes de cirurgias, evitando o aparecimento de resistência ao microorganismo.
Deve-se ter em mente que é responsabilidade do Cirurgião Dentista o conhecimento das recomendações e limitação do guia AHA (American Heart Association), e este deve estar sempre atualizado em relação às mudanças periódicas no protocolo que são desenvolvidas a partir do avanço do processo de aprendizado sobre as causas e a fisiopatologia da endocardite bacteriana.

No caso de pacientes imunodeprimidos ou com supressão de adrenal pelo uso continuado de corticoterapia deve-se levar em consideração o estado geral de saúde do paciente.

Dentre os procedimentos odontológicos nos quais se recomenda a profilaxia antimicrobiana citam-se: exodontias, procedimentos periodontais como cirurgia, raspagem, polimento e alisamento radicular, colocação de implantes e reimplantes dentais, instrumentação endodôntica ou cirurgia parendodôntica,colocação de fibras, tiras, matriz, bandas ortodônticas e preparo para próteses subgengivais, anestesia intraligamentar e profilaxia em dentes ou implantes com sangramento espontâneo.

Procedimentos como restaurações com ou sem fio retrator, anestesias (exceto intraligamentar), obturação endodôntica, colocação de pinos intra-canais, colocação de dique de borracha, remoção de sutura, instalação e remoção de próteses, moldagens, registros intermaxilares, fluorterapia, tomadas radiográficas e ajustes ortodônticos não requerem a terapêutica antimicrobiana.

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Antibioticoterapia

“... o controle sobre os medicamentos é contribuir para a redução da resistência bacteriana” ANVISA -28/11/2010


A profilaxia com antibiótico é recomendada para prevenção de infecções nos pacientes
de alto e médio risco para desenvolver endocardites bacterianas e naqueles
que foram submetidos à artroplastia com colocação de prótese total.

A endocardite infecciosa é uma doença cardíaca grave, que apresenta risco de vida
e seu desenvolvimento pode estar relacionado com bacteremias decorrentes de procedimentos
odontológicos em determinados pacientes com condições cardíacas diversas.


O CD deverá avaliar seus pacientes quanto suas condições clínicas atuais e pregressas.
e observar que pacientes imunossuprimidos submetidos a procedimentos cruentos odontológicos
são sabidamente de risco para infecção de sítio cirúrgico odontológico e que, portanto, necessitam de
profilaxia antibiótica.

Um dos princípios mais importante no uso de antibiótico profilático diz respeito ao momento ideal
da administração. Para que o antibiótico eleito atue na eliminação de bactérias circulantes
na corrente sanguínea, decorrente de manipulação da cavidade oral, ele deve ser administrado
pelo menos uma hora, por via oral.Apenas nos casos de emergência, a administração pode ser realizada em tempo inferior a esses.(American Heart Association)

Outro princípio a ser considerado diante da indicação de antibiótico profilaxia diz respeito ao custo-benefício, incluindo os potenciais efeitos adversos.
Sempre que for prescrito um antibiótico profilático o profissional deve estar ciente que o desenvolvimento de resistência bacteriana poderá ocorrer, e sendo assim, terapêuticas ou profilaxias de procedimentos subseqüentes ao antimicrobiano já usado poderão não apresentar a eficácia desejada

Para procedimentos de baixo risco não há necessariamente indicação de profilaxia antibiótica.

Entretanto, a análise clínica pode indicar o uso de antibiótico em circunstâncias que apresentam risco de sangramento significante. Alguns procedimentos devem ser analisados caso a caso.

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Resíduos parte II

O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

Dentre os componentes perigosos presentes nos resíduos sólidos urbanos destacam-se os metais pesados e os biológicos e infectantes

Resíduos biológicos

Os resíduos de serviços de saúde são parte importante do total de resíduos sólidos urbanos, não necessariamente pela quantidade gerada (cerca de 1% a 3% do total), mas pelo potencial de risco que representam à saúde e ao meio ambiente.
São resíduos com possível presença de agentes biológicos, que por suas características podem apresentar risco de infecção.

Resíduos Liquidos

Os resíduos no estado líquido devem ser submetidos a tratamento específico, o acondicionamento deve ser feito em recipientes individualizados, observadas as exigências de compatibilidade química do resíduo com os materiais das embalagens, de forma a evitar reação química entre os componentes, enfraquecendo-a
Ou deteriorando-a, ou a possibilidade de que o material da embalagem seja permeável aos componentes do resíduo.

Os reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de neutralização para alcançarem
ph entre 7 e 9, sendo posteriormente lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam
às diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes.
Os fixadores usados em radiologia podem ser submetidos a processo de recuperação da prata ou então ao constante do item 11.16 da RDC 306/04

Resíduos Perfurocortantes

São todos os objetos e instrumentos contendo cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas e agudas capazes de cortar ou perfurar (bisturis, agulhas, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas e outros).
Devem ser acondicionados em recipientes rígidos, com tampa vedante, estanques, resistentes à ruptura e à punctura.
Devem ser dispostos em local devidamente licenciado para disposição final de RSS, e, na ausência deste, seu manejo deve seguir as orientações do órgão ambiental competente.
Dependendo da concentração e do volume residual de contaminação por substâncias químicas perigosas, esses resíduos devem ser submetidos ao mesmo tratamento dado à substância contaminante.

Resíduos Comuns

São aqueles resíduos que não apresentam risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares.
Para o gerenciamento desses resíduos devem ser seguidas as orientações estabelecidas pelo órgão ambiental pelo PGRSS.

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... espera mil anos e verás que será precioso até o lixo deixado atrás por uma civilização extinta.....[Isaac Asimov]

A preocupação com a questão ambiental torna o gerenciamento de resíduos um
processo de extrema importância na preservação da qualidade da saúde e do
meio ambiente.

O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientais capazes
de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida
das atuais e futuras gerações.

Tais desafios têm gerado políticas públicas e legislações tendo como eixo de
orientação a sustentabilidade do meio ambiente e a preservação da saúde

A Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) , sua concepção, o
equacionamento da geração, do armazenamento, da coleta até a disposição
final, têm sido um constante desafio colocado aos municípios e à sociedade.

Seguindo então esta premissa compete a todo gerador de RSS elaborar seu
Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS



Este é o documento que aponta e descreve as ações relativas ao manuseio dos
resíduos sólidos:

• Geração

• Segregação

• Acondicionamento

• Coleta

• Armazenamento

• Transporte

• Tratamento e destinação final

• Ações de proteção à Saúde Publica e meio ambiente [RDC306/2004]



De acordo com a RDC ANVISA no 306/04 e Resolução CONAMA no 358/05,os RSS são
classificados em cinco grupos: A, B, C, D e E.



Grupo A - resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por
suas características, podem apresentar risco de infecção;



Grupo B - resíduos químicos;



Grupo C - rejeitos radioativos;



Grupo D - resíduos comuns;



Grupo E - materiais perfurocortantes

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Antissepsia

É a destruição de microorganismos existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade, hipoalergênico e passível de ser aplicado em tecido vivo.

A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação de dois processos: degermação e antissepsia.

Degermação é a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele.

Sabões e detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e dispersão, removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana existente nas camadas superficiais da pele, também chamada flora transitória, mas não conseguem remover aquela que coloniza as camadas mais profundas ou flora residente.

Os sabões e detergentes sintéticos (não iônicos e aniônicos) devem ser classificados como degermantes, e não como antissépticos.

Preconiza-se o uso de sabão líquido e o cuidado maior que se deve ter no manuseio do sabão é evitar seu contato com a mucosa ocular, contato prolongado com a pele, que pode produzir irritação local.

Um antisséptico adequado deve exercer a atividade gemicida sobre a flora cutânea-mucosa em presença de sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a pele ou as mucosas.

Os agentes que melhor satisfazem as exigências para aplicação em tecidos vivos são os iodos, a clorohexidina, o álcool e o hexaclorofeno.

Soluções antissépticas com detergentes (degermantes) e se destinam à degermação da pele, removendo detritos e impurezas e realizando antissepsia parcial.
Como exemplos citam:
• - Solução detergente de PVPI a 10% (1% de iodo ativo)
• - Solução detergente de clorhexidina a 4 %, com 4% de álcool etílico
• - Álcool etílico a 70%, com ou sem 2% de glicerina.


As técnicas de assepsia e antissepsia são de extrema importância para reduzir os riscos de infecção.

Próximo post: 04/10/2010.

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