Cuidados com as peças de mão e canetas odontológicas
Questão polêmica... caminha entre o que é correto, o possível e a realidade!
Sabe-se que muitos cirurgiões-dentistas não adotam a prática de esterilização das canetas e pontas pelo alto custo e pelo número insuficiente desses equipamentos. Outros não adotam o procedimento por acreditar que isso possa causar algum dano nas turbinas. Um número considerável de profissionais ainda continua resistente a prática da esterilização, por incrível que pareça, por a considerarem desnecessária.
Desde 1993, o CDC (Centers for Disease Control and Prevention) órgão público americano que atua no estudo de infecções hospitalares - publicou recomendações para o controle de infecção em Odontologia, entre elas, a utilização da autoclave para esterilizar as peças de mão, ressaltou a importância do uso das válvulas anti-refluxo para prevenir a aspiração de material orgânico e recomendou o acionamento do sistema para liberação de água após o uso.
Essas recomendações foram atualizadas enfatizando-se a necessidade da esterilização das peças de mão em autoclave (Guideline for Disinfection and Sterilization in Healthcare Facilities, 2008).
Processamento das canetas
Daqui para frente quando mencionarmos processamento, referimo-nos às etapas envolvidas na preparação do material até o processo de esterilização ou desinfecção. Quanto as peças de mão, usadas em odontologia, o processamento deve seguir as orientações do fabricante. As etapas do processamento devem ser aplicadas, de modo a garantir um ótimo resultado final, que é um material esterilizado e seguro para ser utilizado.
A limpeza externa e interna é essencial para que isso aconteça. Se houver sujidade tenha certeza de que seu material, mesmo sendo autoclavado, não estará estéril. As canetas e peças de mão que suportam a limpeza através de cuba ultrassônica devem ser limpas dessa forma, pois há evidências que apontam para a maior eficiência de remoção de resíduos através desse método.
O ideal seria utilizar aparelhos desenvolvidos especialmente para a limpeza de canetas e peças de mão, que fazem a limpeza e lubrificação deixando pronto para a embalagem e esterilização. Mas, infelizmente ainda não estão disponíveis no mercado nacional. Depois da limpeza e lubrificação, embale e esterilize em autoclave; armazene até o momento da utilização.
A pergunta quer não quer calar....
E se eu não tenho cuba ultrassônica e minha caneta não é autoclavável, o que faço?
Bem, sem cuba ultrassônica não fazemos uma limpeza adequada, então, não adianta autoclavar.
Faça somente a desinfecção com álcool 70%, da mesma forma para as não autoclaváveis.
Nós entendemos que é preciso usar sempre o bom senso e não desperdiçar tempo e dinheiro em ações inúteis. Porém, é preciso entender que não é necessário ter uma lei nos obrigando a fazer o que é correto. Nosso lema é: “Adotar medidas de prevenção na propagação de doenças é, antes de tudo, demonstrar amor à vida”
3 comentários:
Realmente, o maior empecilho na autoclavagem das pontas de alta e baixa rotação no consultório é (como foi comentado aqui) a falta de pontas suficientes, e a diminuição da vida útil das turbinas quando autoclavadas regularmente, mesmo com a chegada dos rolamentos cerâmicos utilizados por alguns fabricantes.
Menos usado ainda é o sistema flush (de assepsia das pontas de alta), talvez pela demanda de maior trabalho do operador devido a limpeza diaria necessária do sistema para evitar entupimento do spray e ressecamento de peças de borracha e metais em contato com o hipoclorito.
Dá pra ver a cada post que o que mais importa é ter bom senso e não apenas gastar milhares de reais em equipamento. Ótima observação!!!
A esterilização é algo imprescindível. Incrível como a maioria dos dentistas ainda insiste em não fazê-la entre cada paciente. Não é justificativa dizer que há um custo nisso. Este custo deve ser repassado ao cliente. Instrumentos médicos são sempre esterilizados. Odontológicos não? Saúde em primeiro lugar!
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